Sim, refiro-me à polémica ponte pedonal que nascerá, se o actual executivo mantiver, como até agora, o braço firme e não ceder à contestação da oposição partidária e do crescente número de cidadãos que, inclusive, já terão iniciado uma petição contra a sua construção.
Pessoalmente, esta era uma ideia que sempre me questionei por que razão nunca tinha sido abordada, já que para acedermos ao outro lado é necessário dar uma grande volta, passando pelas pontes (ou ponte praça), Hotel Arcada/Praça Fontes Melo, Turismo, Museu da República e, finalmente, Rossio.
Ideia semelhante, embora mais difícil persiste numa eventual ponte a ligar a praia da Barra ou até o Forte da Barra e São Jacinto. Aqui a viagem à volta (para os que não utilizam o Ferryboat) passa por ter de ir a Estarreja, passar pela Murtosa, Torreira e, por fim, São Jacinto.
mas não estou aqui a falar deste assunto.
Adiante. As vozes que se insurgem contra esta ponte apontam várias razões para a não construção da mesma, das quais destaco as seguintes: o choque arquitectónico em relação ao existente e o facto de ocultar a vista do canal central.
Que dizer de aberrações que o anterior executivo edificou? Exemplo, a Ponte das Agras, em Esgueira, cuja inclinação teve de ser corrigido, obrigando à correcção da trajectória da estrada e da localização da rotunda adjacente.
Que dizer da "magnífica" rotunda - chamam-lhe "do queijo" -, cujas dimensões (3 faixas de rodagem), aliadas à falta de bom senso ou de civismo de quem por ali circula, é responsável por inúmeros acidentes de viação?
Que dizer da conservação de uma fachada - muito bem até aqui, pois o património arquitectónico da cidade museu do movimento Arte Nova deve ser defendido -, em que a mesma se encontra afastada de um prédio todo envidraçado (instalações da SIMRIA)?
Como estes exemplos, independentemente de tais atrocidades terem sido realizadas seja em que mandato camarário/partidário, pretendo mostrar a minha posição em relação à contestação contra a construção de uma ponte que será muito útil. Mais, penso que existem assuntos mais importantes como o sem número de estradas cujo piso se encontra em mau estado, passadeiras que já quase estão invisíveis, falta de iluminação em locais estratégicos (ex: passadeiras), etc.
Se não, poderíamos nos queixar das várias pontes no Canal do Cojo (junto ao Fórum Aveiro) ou até da ponte circular que nada tem a ver com a zona do Canal de São Roque e Cais dos Botirões. Também poderíamos referir o Centro Avenida cujo edifício foi construído na esperança da demolição da antiga Capitania de Aveiro - a propósito, soube que a empresa que iniciou os trabalhos de restauro dos muros dos canais da ria terá indicado que as fundações da capitania estariam deterioradas, por serem de madeira, a qual estaria podre e enterrada em lodo de vários metros de profundidade, encontrando-se, literalmente, a afundar. Certo é que, não só o edifício foi restaurado, como nele funciona a assembleia municipal e uma galeria de exposições.
Muito embora as imagens virtuais projectadas de uma maquete possam sempre diferir do resultado final, não me parece que a mesma oculte, como alguns defendem, a vista para o canal central. Aliás, permitirá obter um ângulo excelente aos fotógrafos que por lá transitem. Nem mesmo a altura e extensão das rampas considero que sejam um problema. Pelo menos qualquer pessoa com dificuldades ou portadoras de algum tipo de deficiência motoras poderá circular bem, ao contrário de algumas pontes junto ao Forum Aveiro ou ao Cais da Fonte Nova, com escadas apenas.
O único aspecto mais negativo que lhe reconheço é o seu custo, em virtude da crise que o país atravessa e da delicada financeira que, em especial, as autarquias se encontram e da qual Aveiro não é excepção. Mas da mesma forma se executaram uma série de obras em Aveiro - a maior parte, creio eu, ainda no anterior executivo com custos avultados: Túnel da Estação de Caminhos-de-ferro, Túnel da Sé de Aveiro, Ponte (mal construída) das Agras, viaduto do Eucalipto/C.C. Glicínias (Rua Dr. Mário Sacramento), viaduto junto à Repsol (Rua General Costa Cascais, Esgueira).
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