Na sequência do resultado negativo (0-1) que o Estoril Praia infligiu ao FC Porto, no passado Domingo, em pleno Estádio do Dragão, e, respondendo à comunicação social, o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, visivelmente exaltado, respondeu: "Ninguém foge no FC Porto! Só os ratos é que fogem!"
Compreendo a exaltação, sobretudo pela conjugação dos acontecimentos que culminaram numa forte contestação que, aliás, vem-se acentuando em torno do treinador Paulo Fonseca, aposta de Pinto da Costa para o comando técnico de uma equipa habituada a ganhar, mas cujos resultados têm sido muito aquém dos obtidos nos últimos anos.
A eliminação da Liga dos Campeões, a inconstância das exibições e dos resultados da equipa, agravados por algumas opções menos conseguidas do treinador, e, mais recentemente, o resultado desastroso na Liga Europa, com um empate a duas bolas, em casa, consentido frente ao Frankfurt apenas servem para levantar maior contestação por parte de adeptos que não sabem perder.
Para além do mau resultado, que remeteu o Porto para o terceiro lugar no campeonato, ainda há o facto de, caso o Benfica vença a partida frente ao Guimarães, os "azuis-e-brancos" poderem ficar a sete pontos dos "encarnados".
Claro que isto nada quer dizer em termos de definição do vencedor do campeonato, pois temos os exemplos dos dois últimos anos em que o Benfica esteve na liderança e acabou por perder para o Porto.
O que mais custa aos portistas é mesmo o facto de ter sido interrompido um recorde de mais de cinco anos sem perder em casa em jogos a contar para o Campeonato Nacional (recorde-se que a última equipa que venceu o FC Porto foi o Leixões, em 2009).
Pinto da Costa: "Só os ratos é que fogem"
Retomando as declarações de Pinto da Costa. Disse ele, e muito bem, que "Só os ratos é que fogem". De facto, ele tem toda a razão, pois foi precisamente isso que ele fez num passado recente, dando azo a esta rubrica "Nunca digas nunca...".
Para quem já não se recorda do famoso caso Apito Dourado, «O presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, foi avisado de véspera, por um alto responsável da PJ do Porto, de que seria detido e alvo de uma busca domiciliária no âmbito do processo ‘Apito Dourado’, no dia 2 de Dezembro de 2004. De acordo com várias fontes judiciais e policiais contactadas pelo ‘Correio da Manhã', tal aviso “frustrou a estratégia da investigação, por ter sido o único suspeito a não ser surpreendido por parte da Polícia Judiciária”.»
(in Correio da Manhã)
Posteriormente, Carolina Salgado, antiga companheira do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, confirmou que o casal foi avisado dos mandados de busca à sua casa da Madalena, em Gaia e do mandado de detenção, tendo optado por fugir para Espanha: "Tivemos conhecimento através do advogado Lourenço Pinto, um dia antes das buscas”, declarou Carolina, explicando que o causídico ligou a Pinto da Costa na manhã desse dia para “uma reunião com carácter de emergência”. “Nós não podíamos ficar no País”, «frisou Carolina Salgado, acrescentando que Lourenço Pinto teve conhecimento dos mandados através de um inspector da Polícia Judiciária.»
(in Correio da Manhã)
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