A imagem acima não podia ser mais clara! No lance que deu o segundo golo à Irlanda do Norte (52´), consegue-se ver que o fiscal de linha, visível entre Rui Patrício e Fábio Coentrão, está bem posicionado o suficiente, pelo que é de todo incompreensível que não tenha visto o avançado da Irlanda à frente do guardião português, portanto, em claríssimo em fora-do-jogo.
Em vez disso, a equipa de arbitragem, que durante a primeira parte foi bastante tendenciosa, validou o golo a Ward, deixando os adeptos irlandeses eufóricos com a vantagem. Estava feito o 2-1 e Portugal já jogava em inferioridade numérica desde os 44', após a expulsão de Hélder Postiga que viu o vermelho directo depois de, nas barbas do árbitro, encostar a cabeça ao adversário num gesto de clara agressão.
E aqui não importa a intensidade, mas sim a evidência. Quanto a mim, Postiga foi muito bem expulso e deveria ser castigado, pois deixou Portugal numa posição muito delicada, dada a necessidade de uma vitória na qualificação para o Mundial que se vai realizar no próximo ano no país-irmão Brasil.
Felizmente para a selecção das quinas, duas expulsões para a Irlanda revelaram-se decisivas na reviravolta no marcador. Primeiro, de Brunt por acumulação de amarelos (61'). E, mais tarde (80'), foi a vez de Lafferty, na sequência de uma entrada dura sobre João Pereira (ou João Cartão, como lhe chamo desde o tempo em que era jogador do Benfica), em que o português encarregou-se de fazer o seu número, rebolando para um lado e para o outro e berrando de dor, levando o árbitro a sacar do cartão vermelho e a exibi-lo ao jogador irlandês (ainda que, pelo caminho, tenha tirado primeiro o cartão amarelo do bolso.
A partir desse momento, as coisas invertiam-se definitivamente, pois Portugal passava a jogar com 10 elementos contra 9 da Irlanda. As coisas ficaram mais facilitadas com o aparecimento em jogo de Cristiano Ronaldo.
Portugal venceu em Belfast, mas não me convenceu, ao contrário do que foi noticiado pelas televisões, usando-se títulos tais como "exibição de luxo"... (!). Apenas aceito este termo se se referirem ao hat-trick de Cristiano Ronaldo que, para além de garantir a vitória, bateu mais um record, ultrapassando Eusébio na lista de melhores marcadores da selecção, ficando agora apenas a quatro golos de Pauleta.
Mas não me lixem! Portugal jogou mal, sobretudo na primeira parte, em que Coentrão foi um dos piores, com falhas atrás de falhas que iam custando bem caro. Patrício sofreu dois golos com um adversário em cima dele, quando tal não pode acontecer. Postiga, que já era menos um jogador em campo, decidiu dar uma forcinha e lá reagiu como toda a gente viu mesmo à frente do árbitro, não se esperando outra coisa que não fosse a expulsão. O próprio salvador da pátria, Ronaldo, não deu uma para a caixa na primeira parte, tirando as faltas sofridas não assinaladas, a ele e aos restantes jogadores de Portugal, claro. E ainda me vêm dizer que teve uma exibição de luxo?!
Por isso é que a selecção nacional deixa sempre muito a desejar nas qualificações e nas fases finais das competições. Confunde-se golos com boas exibições e com praticar bom futebol.
Curiosamente, sem o merecer, Portugal inaugurou o marcador aos 21', por intermédio de Bruno Alves que, com um remate pouco ortodoxo, fez um grande golo (1-0). No entanto, a igualdade seria restabelecida aos 36' por McHauley, que já se adivinhava. Os restantes golos tiveram lugar na segunda parte. Ward (52'), em posição irregular, fez o 2-1 e Cristiano Ronaldo encarregou-se de fazer a diferença aos 68', 77' e 83' (2-4).
Sem comentários:
Enviar um comentário