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Na estreia da selecção portuguesa no Mundial, pior era impossível, apesar de previsível: uma pesada derrota por 4-0 frente a uma Alemanha mais fresca e mais esclarecida que deixa Portugal a depender de terceiros para passar à fase seguinte.
A juntar ao mau resultado e à péssima exibição, duas lesões musculares e um expulsão complicam e de que maneira as opções conservadoras de Paulo Bento. Primeiro, foi Hugo Almeida que se lesionou na coxa esquerda (28'), substituído por Éder. Mas, diga-se de passagem, que o avançado português foi uma autêntica nulidade, a começar pela forma como desperdiçou a primeira oportunidade da partida logo aos 5'.
Depois, João Pereira fez de central e cometeu grande penalidade ao agarrar Gotze (11'). Na conversão, Muller fez o 1-0.
A seguir, Pepe hipotecou as hipóteses de recuperação da selecção lusa, de forma completamente despropositada. Depois de afastar com o braço o avançado alemão, sem que o árbitro tenha assinalado a falta, voltou atrás e foi tirar satisfações, acabando por agredir com a cabeça Muller, acabando por ver o vermelho directo, uma vez que o árbitro assistiu ao incidente.
Mas já antes Pepe não demonstrava estar bem. Em primeiro lugar, é questionável a sua titularidade, quando não foi convocado nos últimos jogos de preparação por motivo de lesão. Em segundo lugar, fez um atraso despropositado para Rui Patrício (9'), obrigando o guarda-redes luso a aplicar-se para evitar o canto. E este, apertado, entrega a bola a Khedira, mas felizmente este erra a baliza. Durante a partida até à expulsão, discutiu várias vezes com Bruno Alves e falhou na marcação aos alemães, estando, inclusive, na origem do segundo golo da Alemanha (32'). Hummels saltou mais alto do que Pepe, mas convém dizer que Bruno Alves também não está isento de culpas, pois não intercepta o cruzamento.
Com a expulsão à passagem do minuto 37, Paulo Bento recuou Raul Meireles, que substituiu o central luso-brasileiro até ao final da primeira parte. Opção que se revelaria desastrosa, pois o médio português não tem rotina de central. Mesmo no cair do pano (45'+1), Muller aproveita um corte deficiente de Bruno Alves e faz o 3-0. Paulo Bento acaba por fazer a substituição que se pedia aos 45+3, sacrificando Miguel Veloso e fazendo entrar Ricardo Costa.
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Na segunda parte, esperava-se outra atitude por parte dos pupilos de Paulo Bento. Mas a falta de frescura física evidente perante as altas temperaturas fez-se notar uma vez mais. A somar, quando Fábio Coentrão parecia estar a melhorar, eis que o defesa esquerdo se lesiona, não devendo jogar mais na fase de grupos, tal como Hugo Almeida. Nesse momento Paulo Bento preparava-se para fazer entrar Hélder Postiga, mas foi obrigado a optar pela inclusão de André Almeida.
Tudo corria mal a Portugal na "melhor" fase de Portugal. Pouco depois, o árbitro tem o seu único erro grave, ao não assinalar grande penalidade sobre Éder, rasteirado por Höwedes, quando tentava a recarga a um remate de Nani que Neuer defendeu para a frente. Nos protestos, dos jogadores portugueses, o árbitro voltou a estar mal ao não admoestar Ronaldo, face à veemência dos seus protestos.
Estava consumada a goleada histórica, o pior resultado de Portugal numa fase final de um Mundial. Para além do azar das lesões, fica manchada a imagem de uma selecção que ocupa o 4.º lugar do ranking FIFA. Sobretudo depois do comportamento de Pepe que levou à sua expulsão. mas também pela exibição paupérrima.
Balanço final
Praticamente ninguém jogou bem. Meireles e Moutinho passaram ao lado do jogo. Ronaldo apenas foi dando um ar da sua graça nos três livres directos que Portugal dispôs, sendo que apenas um chegou à baliza, e porque, sendo o local da falta a meio do meio-campo germânico, a Alemanha colocou apenas um jogador a fazer a barreira. Pior esteve a defesa com sucessivos erros e desentendimentos. Na frente, os portugueses revelaram-se muito perdulários, casos de Hugo Almeida, Nani, Miguel Veloso e Fábio Coentrão, este último a preferir passar a bola quando tinha tudo para rematar à baliza. Atitude que pareceu estar presente em todos os jogadores que quase sempre optaram por tentar fazer a bola chegar a Cristiano Ronaldo.
in copadomundo.com.br |
Tudo isto revela a má preparação da selecção nacional, conjugada com uma euforia sempre desmedida por parte dos nossos adeptos, órgãos de comunicação social, que vira as atenções para o populismo de Cristiano Ronaldo, eleito o "melhor jogador do mundo".
Embora seja prematuro dizer que Portugal já está arrumado, enquanto for matematicamente possível, há que acreditar na capacidade de resposta da Selecção que parece jogar melhor sob pressão. Seguem-se os jogos contra os Estados Unidos (22-06-2014, 23:00) e o Gana (26-06-2014, 17:00).
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