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O triste desfecho da final da Liga Europa deitou ainda mais abaixo Jorge Jesus que, na conferência de imprensa do pós-jogo, deixou em aberto a possibilidade da sua saída do clube.
De imediato veio o sinal do presidente "encarnado" Luís Filipe Vieira, na zona mista do estádio ArenA de Amesterdão, afirmando “Jorge Jesus é o meu treinador. Para o ano continua a ser o treinador do Benfica, de certeza absoluta. E vai continuar por muitos anos. Este projecto é para continuar e Jorge Jesus faz parte dele. Estou muito satisfeito com o trabalho dele.” E acrescentou: "Se calhar não vai assinar por dois, vai assinar por quatro anos. Sei lá."
E dirigindo-se aos sócios e adeptos, afirmou: “Sei que alguns poderão estar minimamente chateados ou desiludidos, mas temos de ter bastante orgulho nos nossos profissionais, no nosso treinador, em todos os benfiquistas que estiveram aqui. Vamos estar todos unidos neste projecto. Hoje as pessoas sentem-se frustradas e desiludidas, mas sintam orgulho nos seus profissionais e em tudo aquilo que fizemos neste campo. Paciência. Para o ano vamos tentar fazer melhor. Há-de chegar o dia de voltarmos a ser campeões europeus."
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Já em Lisboa, à chegada no aeroporto, cerca de 400 adeptos aguardavam a passagem do autocarro com mensagens de apoio e cantando os vários hinos do clube e das claques.
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Alguns instantes depois, à saída do estádio da Luz, eram já cerca de mil os adeptos que fizeram questão de dar o seu apoio a todos os jogadores e gritando "Fica! Fica!..." para Jorge Jesus, em reconhecimento do inegável mérito na exibição do Benfica.
Creio que talvez este seja o sinal de que Jorge Jesus precise para ponderar a sua permanência. Ou seja, sentir-se desejado, pois acima de tudo há que reconhecer todo o mérito que teve nestes quatro anos, apesar de faltarem títulos.
Recuando alguns anos, chegámos a ver o Benfica a tentar construir aquela equipa de que Paulo Futre fez parte e que o extremo português apelidava de "dream team". O Benfica reunia jogadores de alto gabarito, tais como Mozer, Ricardo Gomes, Vítor Paneira, Isaías, Schwartz, Jonas Thern, Rui Costa, Kulkov, entre outros. Lembram-se que troféus é que esta magnífica equipa conquistou? Apenas um: a Taça de Portugal.
Por isso, não devemos exigir tanto de uma equipa que ainda se está a construir. Tal como Luís Filipe Vieira afirmou, este é um projecto para muitos anos que se está a consolidar e que, com o forte investimento que se tem feito ao nível do futebol (e não só, vejam-se os sucessos ao nível das restantes modalidades do clube), já conseguiu voltar a colocar o Benfica nas lides da Europa.
É verdade que pelo passado glorioso do Benfica, sejamos levados a exigir mais títulos, mas foram 23 anos sem ir a uma final europeia. A presença do Benfica com mais regularidade em provas europeias (Liga dos Campeões, Liga Europa) tem sido maior.
Não será menos verdade que após a conquista do campeonato nacional na sua época de estreia e com os plantéis de que dispôs, se colocou demasiado alta a fasquia para Jorge Jesus, que é, sem dúvida, um grande treinador. Mas é humano e, como tal, comete alguns erros, nomeadamente com algumas invenções que já custaram caro ao Benfica. Mas também foi graças às suas invenções que se criaram e valorizaram novos grandes jogadores: casos inegáveis de Fábio Coentrão, David Luiz, Matic, Enzo Pérez.
Ferguson demorou 7 anos a conquistar títulos, mas conseguiu criar uma equipa muito à semelhança do trabalho que Pinto da Costa e Pedroto desenvolveram no FC Porto. E, reforço, apesar da escassez de grandes títulos, não será por acaso que já há quem apelide o técnico "encarnado" de special two.
Vamos aguardar pelo final da época na esperança de que se mantenha o mesmo rumo, pois "Há-de chegar o dia de voltarmos a ser campeões europeus." (Luís Filipe Vieira)
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