À entrada para a final da "Prova Rainha", como é conhecida a Taça de Portugal, na sua 73.ª edição, antevia-se um jogo em que o SL Benfica teria a última oportunidade para salvar a época, evitando o risco de não ganhar um único título.
Antes do início da partida, era visível o fair-play entre os adeptos e a máxima confiança numa vitória do clube da Luz. Alguns adeptos confessavam, em entrevista, que acontecesse o que acontecesse, nada os faria mudar de opinião em relação ao trabalho de Jorge Jesus, continuando a demonstrar o seu apoio pelo técnico "encarnado".
O jogo teve início numa toada morna, já esperada, quer pelo elevado desgaste dos jogadores do Benfica, quer pela eventual falta de força anímica resultante da perda do campeonato e da final da Liga Europa, quer pela hora da realização do encontro (17:15).
No entanto, pertenceu ao Benfica a primeira grande oportunidade de golo. Através da marcação de pontapé de canto, Garay com um cabeceamento colocado obrigou Douglas a aplicar-se para evitar a festa dos "encarnados".
O jogo era mastigado, um mau jogo para uma final de taça. Mas aos 28', numa rápida jogada de contra-ataque em que o Vitória de Guimarães conseguiu colocar cinco jogadores para dois defesas do Benfica, Addy tem uma perdida inacreditável, optando pelo remate às malhas laterais da baliza de Artur.
No minuto seguinte, Após uma jogada de insistência na área do Vitória, a sorte sorriu a Gaitán quando o argentino colocou a perna para evitar um alívio da defesa vimaranense e a bola acabou no fundo das redes da baliza de Douglas. Estava feito o 1-0, resultado que não sofreu alteração até ao intervalo.
Na etapa complementar, mais do mesmo. Ou seja, um jogo demasiado táctico, sem oportunidades de golo, com o Benfica a limitar-se a gerir a reduzida vantagem.
Aos 69', JJ tirou Cardozo e colocou em campo Urreta, mas a alteração não surtiu qualquer efeito no ataque do Benfica. Em vez disso, foi o V. Guimarães que chegou ao golo do empate dez minutos depois (79'). Na sequência de uma fífia tremenda de Artur, mais uma a juntar a outras que saíram bem caro ao Benfica no campeonato nacional, a bola foi para os pés de um jogador do Guimarães, que desmarcou Soudani que restabeleceu a igualdade (1-1).
O lance foi ilegal e o golo deveria ter sido anulado, pois o avançado vimaranense estava em posição irregular.
Três minutos depois, quando Rodrigo preparava-se para entrar, aconteceu o impensável: Ricardo remata forte com a bola ainda a sofrer um desvio em Luisão, traindo Artur Moraes. Estava feita a reviravolta no marcador (1-2).
O fantasma das últimas duas derrotas do Benfica, frente ao FC Porto e ao Chelsea, veio ao de cima, com a particularidade da "maldição dos descontos" ter recuado para os 82'. Havia tempo para reagir, mas já não houve cabeça nem pernas para tal. Mesmo com as entradas de Rodrigo (83') e de Aimar (86'), o Benfica acabou por terminar uma época de completa desilusão.
Após o final, Cardozo, de cabeça perdida, envolveu-se numa discussão acesa aparentemente com o técnico JJ e com André Almeida. Sem dúvida, um dos jogadores que mais sofreu com mais uma derrota, à semelhança do que tinha demonstrado na derrota frente ao Chelsea, juntamente com Enzo Perez, Rodrigo e Gaitán. De qualquer maneira, uma atitude destas é reprovável e não pode acontecer perante câmaras. E a mesma poderá custar o futuro do ponta-de-lança. Em aberto, mantém-se o futuro de Jesus no comando técnico da Luz.
Veremos se o apoio a JJ se mantém perante depois de mais um desaire, inadmissível aos olhos de uma massa associativa exigente, sobretudo para um clube com o orçamento e o plantel que o Benfica tem tido nos últimos quatro anos.
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