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O sonho europeu do Benfica voltou a cair por terra nos momentos finais. Um ano depois de perder a final da Liga Europa frente o Chelsea, já nos descontos, o Benfica voltou a marcar presença na final. E apesar de não merecer, acabou por perder de forma dramática no ingrato desempate por grandes penalidades. Ao longo do jogo mostrou ser superior.
Como se não bastassem as contrariedades que começaram a ser impingidas no jogo da meia-final com a Juventus, nomeadamente as expulsões de Enzo Pérez (exagerada) e de Markovic (esta última absolutamente injustificada) e a exclusão de Salvio pela admoestação com um cartão amarelo mal mostrado (mais uma vez). o azar voltou a trair Jesus com a lesão prematura de Sulejmani (15') e de Siqueira (no prolongamento), obrigando a duas substituições forçadas.
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No regresso a Turim, após ter eliminado a Juventus nas meias-finais, as "águias" alinharam com a seguinte constituição: Oblak; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Siqueira (Cardozo, 98’); Ruben Amorim, André Gomes, Gaitán (Ivan Cavaleiro, 118’) e Sulejmani (André Almeida, 24’); Rodrigo e Lima.
Para o pontapé de saída, Jorge Jesus "não inventou" e colocou Sulejmani no lugar dos suspensos Markovic e Salvio; Ruben Amorim no lugar normalmente ocupado por Fejsa; e André Gomes a substituir Enzo Perez. Mantendo a mesma táctica, não foi de estranhar a entrada ao ataque por parte do Benfica em busca da conquista de uma taça que lhe foge desde a apelidada "maldição Béla Guttmann".
As melhores jogadas aconteceram por intermédio de Sulejmani que, em poucos minutos sofreu duas faltas que valeram o cartão amarelo a defesas do Sevilha. Primeiro a Fazio (11') e depois a Moreno (13'). Esta última deixava o sérvio com queixas no ombro direito.
Na sequência do livre (15'), apontado por Gaitán, Garay dispõe da primeira grande oportunidade de golo. Beto larga a bola e o central argentino quase marca na recarga, com o guardião português a conseguir defender para canto.
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Após cerca de 10 minutos com queixas, Sulejmani não recuperar da lesão e teve mesmo de ser substituído, obrigando à primeira substituição forçada e a uma mudança de táctica. Após mandar aquecer Cardozo, JJ optou por colocar André Almeida, que se posicionou a defesa direito, permitindo Maxi Pereira ocupar o papel de extremo.
A partir daqui, até ao acerto das marcações e da mudança de táctica, houve certo ascendente do Sevilha, tradzidos nos remate de Rakitic (29') e Moreno (37').
Depois, o Benfica voltou à carga, criando excelentes oportunidades de golo. Após uma primeira ameaça de Luisão, com um cabeceamento por cima da baliza, o público arrebitou e procurou "empurrar" o Benfica para a frente.
E nos descontos concedidos pelo árbitro alemão, Felix Brych, Maxi Pereira quase inaugura o marcador (45'+1) ao surgir isolado, rematando de primeira para uma defesa por instinto de Beto. No mesmo minuto, Rodrigo, em jogada individual, remata cruzado para mais uma grande defesa de Beto.
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E, mesmo a terminar, Gaitán tira partido de uma atrapalhação do central Fazio no corredor central, mas na hora do remate cai na grande área.
Pediu-se penalty e, na repetição confirma-se que Fazio empurra num primeiro momento e depois toca com as pernas em Gaitán na tentativa de corte, que acaba por conseguir, enviando a bola pela linha final. Todavia, nem o árbitro, nem o fiscal de linha e muito menos o juiz de baliza viram as infracções, assinalando apenas pontapé de baliza.
A segunda parte começou como acabou a primeira, com o Benfica mais pressionante e à procura do golo. Aos 48’, Lima remate de primeira com o pé esquerdo, mas aparece Pareja no lugar de Beto. Com a repetição, pode ver-se que a bola não ía para a baliza, deixando Lima como protagonista de mais uma perdida do ataque "encarnado". Logo a seguir, Rodrigo volta a não conseguir furar a "muralha de pernas" de jogadores do Sevilha.
O Sevilha procura sacudir a pressão por intermédio de Reyes, antigo jogador do Benfica, que depois de rematar ao lado (53'), encontra em Oblak um obstáculo intransponível (55').
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Na segunda vaga do Benfica, mais um lance polémico. Lima ganha na velocidade a Moreno e este derruba o brasileiro na grande área (56'). Mais uma grande penalidade que ocorre nas "barbas" do juiz de baliza que faz vista grossa e nada assinala. Tinha de ser assinalado o penalty e Moreno, que já tinha o cartão amarelo, teria de ser expulso.
Aos 59', Daniel Carriço corta com o braço, dentro da grande área, um remate de Rodrigo. Lance passível de grande-penalidade, mais um que o árbitro alemão deixa passar em branco. Fazendo um paralelismo, o lance é idêntico ao que resultou no amarelo que afastou Salvio da final, só que esse acontece num remate à queima e fora da área. Mas neste caso, nada foi assinalado.
Nesta fase o jogo estava partido com situações de perigo numa e noutra balizas.
Aos 61', Reyes corresponde a um cruzamento de Coke com um remate de primeira. Oblak voltou a defender com segurança. O lance marca um período de maior ascendência do Sevilha, apenas contrariado por mais duas oportunidades desperdiçadas pelo Benfica.
Aos 71', Maxi Pereira em condições de remate, opta pelo passe, permitindo o corte da defesa do Sevilha. Dez minutos depois, Lima mostra-se de ovo perdulário, perdendo o tempo de remate. Pouco depois (84'), o avançado brasileiro tenta redimir-se com um fantástico remate-surpresa, mas Beto volta a fazer uma estrondosa defesa para canto.
Na sequência do canto, Beto falha a saída dos postes, mas Garay não consegue aproveitar, cabeceando por cima da baliza (85'). Mesmo a terminar o tempo regulamentar (90'+2), depois de uma sucessão de ressaltos, Garay remata à meia volta por cima da Baliza.
E assim termina o jogo com o nulo a manter-se, penalizando a falta de eficácia dos jogadores do Benfica, perante um Sevilha visivelmente mais cansado e apostado em defender para depois tentar explorar o contra-ataque.
O prolongamento do sofrimento
Veio o prolongamento e vários jogadores de ambas as equipas queixavam-se do cansaço, com caimbras e aproveitando para beber muita água.
Com ambos os técnicos com duas substiuições para fazer, aguardavam-se estas com natural ansiedade. No entanto, JJ volta a ser obrigado a queimar uma substituição com a lesão de Siqueira. A troca acontece no momento em que Benfica dispõe de um livre frontal, levando, aparentemente, o técnico português a decidir colocar em campo Óscar Cardozo. E o paraguaio correu logo para a marcação do livre (98’). Renascia mais uma esperança do golo do Benfica. Cardozo ajeita a bola, mas é Lima quem remata para surpresa de todos. Mas Beto estava em noite "sim" e negou o golo ao avançado brasileiro.
Aos 102', é Bacca quem tenta fazer o golo a Oblak, com um remate de trivela. Este seria o último lance antes da troca de campo.
No reatar da partida, o desgaste toma conta dos jogadores. Volta a ressurgir o Sevilha com mais perigo, sobretudo depois da última alteração, com a entrada do luso-francês Kevin Gameiro para extremo direito. O jogador do Sevilha chegou a assustar à passagem do minuto 110 com um remate às malhas laterais da baliza de Oblak.
Penalties acabam com o sonho
O marcador não se alterou e o jogo teve de se decidir na lotaria das grandes penalidades. Aqui, o Sevilha foi eficaz e conquistou o troféu. Acaba por ser um digno vencedor e só tenho de dar os parabéns ao vencedor.
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Após sorteio, o Sevilha escolheu a baliza onde se encontravam os seus adeptos e acabou por ser mais feliz que o Benfica. Para o Sevilha marcaram Bacca (1-1), Mbia (2-1), Coke (3-1) e (4-2). Do lado do Benfica, marcou primeiro Lima (0-1); depois falharam Cardozo e Rodrigo; Luisão ainda reduziu (3-2).
As incidências da Final
Em primeiro lugar, considero incompreensível que Beto não seja eleito o "Homem do Jogo", perdendo o troféu para o companheiro Rakitic. O guarda-redes português foi quem fez a diferença durante o jogo e nos penalties. O que só serve de prova como a UEFA está repleta de jogos de interesses.
Os Erros de arbitragem
Sem querer tirar o mérito ao Sevilha, sobretudo a Beto, que se revelou no elemento decisivo desta final, a verdade é que o Sevilha acaba por vencer com a preciosa ajuda da equipa de arbitragem, ao fechar os olhos por mais duas vezes.
É certo que o Benfica tem de queixar-se de si próprio, uma vez que criou inúmeras oportunidades, as suficientes para garantir a vitória. No entanto, não posso deixar de sentir-me frustrado com uma actuação da equipa de arbitragem considerada escandalosa, inclusive, pelos espanhóis.
Durante os 90 minutos regulamentares, houve três penalties não assinalados a favor do Benfica que acontecem em momentos cruciais e que poderiam ter mudado o rumo dos acontecimentos. Até porque dois deles (sobre Gaitán e sobre Lima) dariam a expulsão dos infractores.
Depois do critério assumido pelo árbitro em avisar os jogadores que cometiam faltas perigosas, antes de mostrar o cartão amarelo, voltou a esse critério numa falta de um jogador do Sevilha que tinha de ser expulso ao fazer uma falta, negando um contra-ataque venenoso do Benfica já numa fase decisiva da partida.
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E, para finalizar, Beto faz duas defesas aos penalties de Cardozo e Rodrigo, violando a lei de jogo relativa ao castigo máximo. Enquanto Oblak partiu da linha, Beto defendeu dois e três metros à frente da linha de baliza. Será possível que o árbitro e os juízes de Baliza não viram? Como é possível? Se o esses jogadores tivessem convertido os golos, quase que aposto que o árbitro mandaria repetir os penalties...
A tudo isto, acresce a falta de sorte, o cansaço, a instabilidade emocional, culminando em mais uma final mal perdida. O Benfica não merecia, de todo, perder, mas o futebol é assim mesmo...
E como tive a oportunidade de ouvir num programa televisivo, o Benfica começou a perder esta final a partir do momento ameaçou eliminar a Juventus. Foi assim na primeira mão no estádio da Luz, com uma arbitragem que quase sempre beneficiou a Juventus. Depois, a segunda mão em Turim confirmou a pressão de quem queria ver o campeão da Itália na final no seu estádio.
Que dizer do afastamento injustificado de Markovic que, nem com os recursos com imagens televisivas e o depoimento do outro interveniente no lance da expulsão, serviu para despenalizar o jovem extremo benfiquista? Que dizer do afastamento do Salvio num lance em que o argentino tem o braço encostado ao corpo, mas que perante o remate à queima acaba por cortar involuntariamente a bola, só que fora da área? Foi admoestado com o cartão amarelo e afastado da Final. E que dizer da forma como Enzo Perez foi expulso, numa sucessão de faltas que não justificavam o duplo amarelo?
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