quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lição de Português: Matemática


A lição de hoje não é mais do que a constatação de uma facto, muitas vezes manipulado, ora pelo Governo português, ora pelos partidos da oposição, ora pelos órgãos de Comunicação Social, em especial a televisão.

Desde que se instalou a crise e a recessão da economia no espaço Euro, que não se fala de outra coisa: o desemprego que atinge taxas-record, a cada dia que passa, face a períodos homólogos de anos anteriores e de outros governos.

Nesta medida, foi recentemente divulgado nos telejornais dos canais portugueses um aumento na ordem dos 17% da taxa de desemprego, o que corresponderia a um aumento de "n" milhares de novos desempregados.

Homens da Luta - "Olha o desemprego"


Todavia, o valor não é totalmente correcto, pois, estatisticamente, apenas conta o número total de cidadãos inscritos nos centros de emprego do país.

Por outro lado, é sabido que o número real de desempregados será sempre maior, uma vez que existem estratégias do Estado que se preocupam em descartar todos aqueles cidadãos que não cumpram determinados requisitos.

Com efeito, o número de desempregados, por vezes, não contempla quem já não recebe subsídios estatais (subs. de desemprego, subs. social de desemprego, rendimento social de inserção...), cidadãos cujas inscrições foram anuladas pelo incumprimento do dever de apresentação quinzenal, pelo incumprimento do plano pessoal de emprego, pela recusa de ofertas de trabalho e/ou formativas, pela ausência do território nacional ou ainda pela exclusão automática de inscrições ao fim de um período específico. 

Neste caso, é necessário responder ao IEFP dentro de cinco dias, após a recepção de comunicação pelo IEFP, acerca da intenção do cidadão em manter a sua inscrição activa mediante o preenchimento e envio de um postal. Basta que requisito não seja cumprido para que uma pessoa automaticamente veja a sua inscrição anulada, com a agravante de se seguir um período de impedimento de reinscrição de sessenta dias.

Concluindo, a língua portuguesa é, de facto, muito traiçoeira. Disso já todos sabemos, mas nem sempre estamos atentos ao facto de certas pessoas de altos cargos nacionais recorrerem a essa particularidade para, em função dos seus interesses, veicularem informações que nem sempre correspondem à realidade.

Enquanto fazedores de opinião, os órgãos de Comunicação Social usam e abusam deste discurso, conduzindo, frequentemente, a conclusões precipitadas e propagandistas que servem determinados grupos partidários, geralmente da oposição ao Governo.

Chamem-lhe o que quiserem. Eu chamo-lhe "Marketing Político".

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