sexta-feira, 2 de maio de 2014

2.ª mão da meia-final da Liga Europa: Juventus 0-0 Benfica

in abola.pt
O Sport Lisboa e Benfica deslocou-se a Turim para defrontar a Juventus em jogo da segunda mão da meia-final da Liga Europa, tendo garantido a presença pelo segundo ano consecutivo na final da Liga Europa, após empate a zero na Juventus Arena. Foi mais um testemunho do espírito de entreajuda e de muito sacrifício, em que os "encarnados" terminaram a partida reduzidos a nove elementos, depois da expulsão de Enzo Pérez e da lesão aparatosa de Garay.

Depois de assegurada a conquista do campeonato, a Liga Europa passou a ser o objectivo principal e, como tal, Jorge Jesus surpreendeu com uma novidade no onze inicial: Oblak (em vez de Artur Moraes); Maxi Pereira, Luisão, Garay, Siqueira; Ruben Amorim, Enzo Perez, Gaitán (Salvio, 76’), Markovic; Rodrigo (André Almeida, 68’) e Lima.

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Contrariamente ao que os italianos esperariam, o Benfica entrou muito bem, chegando a assustar a formação da casa logo no primeiro minuto por intermédio de Rodrigo. Com uma pressão muito alta durante os primeiro 10 minutos, traduzida em maior posse de bola, as "águias" colocaram a Juventus em sentido.

No entanto, o domínio começou a pertencer aos poucos à Juventus, tendo sob pano de fundo o 12.º jogador nos cânticos de apoio dos cerca de 40 mil adeptos italianos.

A primeira oportunidade da Juventus chegou pelo pé direito de Pilro (8'); Oblak defendeu com a ponta dos dedos para canto. Seguiu-se nova oportunidade aos 20' com Vidal, ao segundo poste, depois de um cruzamento de Pilro, a tentar o chapéu a Oblak, sem sucesso. Aos 24', Tevez remata à meia volta, mas a bola volta a sair por cima da baliza. Aos 28', Liechsteiner remata com perigo, mas o guardião esloveno pára a bola com segurança.

O Benfica mostrava bastantes dificuldades para sair em ataque organizado, dada a pressão da Juventus e o lado direito era o que apresentava maiores dificuldades, com Markovic a falhar no processo defensivo. Por outro lado, também Gaitán não estava muito bem.

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A Juventus pressionava muito, mas quase sempre sem grande perigo. Mas aos 45’+1, no único lance em que Oblak é batido pelo cabeceamento de Vidal, aparece o capitão Luisão a tirar a bola em cima da linha de golo, mantendo o nulo no marcador até ao intervalo.

Para a segunda parte, Jorge Jesus corrigiu os posicionamentos e tanto Markovic como Gaitán surgiram mais objectivos, quer a atacar, quer a defender. As "águias" voltaram a ter um novo ascendente inicial. E à semelhança do primeiro tempo, foi do Benfica a melhor oportunidade para marcar. Aos 50', após um lançamento lateral, Garay desvia ao primeiro poste e, após um mau alívio de Chiellini, a bola sobra para Rodrigo que, apesar de bem enquadrado e com espaço, remata por cima da baliza de Buffon.

O Benfica estava por cima e, num contra-ataque rapidíssimo conduzido por Markovic, Rodrigo isola-se, mas acaba por adiantar em demasia a bola, permitindo a intervenção de Buffon. Na sequência do lance, o hispano-brasileiro não consegue evitar o choque, atingindo o guardião italiano com a chuteira, valendo-lhe o cartão amarelo.

Quanto a mim exagerado. E aqui, o árbitro inglês Mark Clattenburg, que já se mostrara perdulário no capítulo disciplinar para com os jogadores italianos faltosos, dava sinais do que poderia vir a acontecer com o desenrolar da partida e da pressão dos jogadores e adeptos da casa.

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E assim foi. Num espaço de 6 minutos, Enzo Pérez e dois cartões amarelos e recebe ordem de expulsão. O primeiro cartão (61') é muito mal mostrado, mas o segundo aceita-se (67'). A tarefa ficava mais dificultada, com o Benfica a ter de jogar mais um meia-final decisiva em inferioridade numérica esta época. 

Foi assim na Taça de Portugal e na Taça da Liga, ambas frente ao FC porto, com os "encarnados" a serem mais fortes mesmo assim.

A consequência era óbvia. O Benfica passou a jogar somente à defesa, procurando explorar o contra-ataque. Jorge Jesus teve de tirar um atacante, substituindo Rodrigo por André Almeida, uma vez chamado a intervir numa emergência. E o jovem médio português esteve novamente à altura.

Aos 70', Tevez voltou a tentar a sua sorte, mas encontrou Oblak no caminho, sempre muito seguro, mesmo debaixo da chuva torrencial que se abateu desde o início da segunda parte. Aos 80', Liechsteiner deixa escapar a bola quando ficaria na cara com Oblak. Grande perdida da Juventus para desespero de Conte. No minuto seguinte, Osvaldo chega a introduzir a bola na baliza de Oblak, mas o lance foi prontamente anulado, em bem, por fora-de-jogo de Pogba.

Aos 84' Markovic tem mais uma das suas arrancadas, mas, já sem forças, acaba por não conseguir o remate. O sérvio ficaria "arrumado" neste lance, sendo substituído por Sulejmani.

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Aos 88' o extremo encarnado sofre uma falta claríssima pelas costas, mas o lance prossegue. Na sequência dos protestos de Jorge Jesus, o árbitro inglês interrompe o jogo para dar assistência ao jogador "encarnado" e estala a confusão fora do campo com o  banco italiano em evidência. Resultado: os compatriotas Vucinic e Markovic acabaram expulsos.

Quanto à expulsão de Vucinic, compreende-se pois foi quem começou tudo aquilo. Em relação a Markovic, é, no mínimo, estranha. É certo que, sendo compatriota do jogador da Juventus, aproxima-se para falar na mesma língua com o colega de profissão, mas não se vê nada que justifique a decisão do árbitro. Da parte do banco do Benfica, é Artur quem se "envolve" com o Vucinic e depois há um elemento da equipa técnica do Benfica, de cabelos compridos, que também se vê, pelo que poderá ter equivocado o inglês Mark Clattenburg.

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Garay foi suturado no balneário com 8 pontos.
Acalmados os ânimos, já nos descontos (90'+2) Pogba acerta violentamente com a chuteira na face de Garay, no chão, num lance disputado no coração da grande-área. O lance não é intencional, mas o certo é que o Benfica foi obrigado a jogar até ao final com apenas 9 unidades.

Mark Clattenburg atribuiu 6 minutos de desconto, contrariando o pedido de Conte que mostrava com as mãos ao quatro árbitro que tinha de haver 10 minutos de compensação. André Almeida assumiu o papel de central ao lado de Luisão. Curiosamente, o Benfica defendeu ainda melhor do que quando tinha onze elementos.

Aos 90'+4, Tevez voltou a tentar a sorte, mas Oblak voltou a parar o remate de fora da área do argentino.

Dois minutos depois, mais uma contrariedade para o Benfica. Num remate de Pilro, Salvio, que tinha colocado as mãos atrás do corpo na abordagem ao lance, vira-se precisamente no momento do remate e, "corta" a bola com o braço colado ao corpo. O árbitro não teve dúvidas da alegada intencionalidade do extremo argentino e admoestou-lhe com a cartolina amarela. Ao vir o cartão amarelo, Salvio também fica de fora no próximo jogo, a par de Enzo Pérez e Markovic, expulsos. A marcação do livre em nada resulta, com a bola a esbarrar na barreira do Benfica. Até ao final, registo para mais um remate de Cáceres (90'+7) que Oblak voltou a defender com segurança.

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As "papoilas saltitantes" foram obrigadas a defender face às contrariedades, mas terminaram o jogo - que se prolongou por mais dois minutos sobre os descontos dados pelo árbitro inglês - a sacudir a pressão em lances de ataque. E assim conseguiram resistir, fruto de muito sacrifício. O Benfica esteve quase irrepreensível na hora de defender e conquista, merecidamente, a segunda presença consecutiva na final da Liga Europa. O jogo decisivo terá lugar a 14 de Maio, em Turim, frente ao Sevilha.

Com este resultado, os "encarnados" da era Jorge Jesus bate mais um record: mantém-se invicto na Liga Europa e chega à final pelo segundo ano consecutivo. Será a 10.ª final europeia da história do clube lisboeta, a terceira desta competição. Por outro lado, melhora o registo do ano passado, ao estar em três finais - Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga Europa - depois de se ter sagrado Campeão Nacional a duas jornadas do final da Primeira Liga portuguesa.

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