quinta-feira, 28 de junho de 2012

Grandes penalidades acabam com o sonho português

Espanha - 4, Portugal - 2. Portugal E assim caiu o sonho nacional de chegar à final do Euro 2012 e, quiçá, ser finalmente campeão...


Portugal defrontou a Espanha e conseguiu levar a decisão para a lotaria das grandes penalidades, onde nuestros hermanos, foram mais felizes. Fabregas foi simultaneamente o ponto de viragem do futebol praticado pela Espanha e o autor do golo marcado de penalti que qualificou a Espanha para a terceira final consecutiva (Euro 2008, Mundial 2010, Euro 2012).

Na primeira parte, Portugal foi superior à Espanha. Na etapa complementar, sobretudo depois da entrada de Fabregas, a Espanha conseguiu ganhar o meio campo e foi superior a Portugal. Perante o empate no final dos noventa minutos regulamentares, a Espanha manteve uma ligeira superioridade, mas Portugal dispôs de oportunidades que poderiam decidir a eliminatória a favor dos lusitanos.

No sempre imprevisível desempate por penaltis, Rui Patrício até conseguiu defender a primeira grande penalidade da Espanha, por Xabi Alonso, mas logo a seguir, João Moutinho, também não conseguiu desfeitear Casillas. Seria no quinto penalti que tudo ficaria decidido. Bruno Alves acertou no poste na quarta grande penalidade. Fabregas não falhou e qualificou a Espanha para a final do Euro 2012, onde aguarda a Alemanha ou a Itália.

A diferença entre estes dois últimos marcadores foi que o remate de Bruno Alves embateu no poste e a bola veio para trás. Já a bola de Fabregas, bate no poste e entra. Uma questão de sorte/azar! 

Depois do que se observou, e face ao resultado, 4-2 favorável à Espanha, permanece a ideia de injustiça por esta derrota.

Apesar de tudo o que se possa dizer, depois do insucesso de Portugal, fica a excelente prestação de uma selecção que a maioria das pessoas (incluindo eu) não esperava, sequer, que passasse da fase de grupos. Estávamos no chamado "grupo da morte" e o futebol praticado e a ausência de resultados favoráveis não convenciam ninguém.

No entanto, eu faço sempre uma distinção entre fé e esperança. De facto, não tinha muita fé no início, mas mantive sempre a esperança de que seria possível vencer e julgo que isso é o que move muita gente. O acreditar sempre que é possível. O que muitas vezes nos leva a superar as más expectativas.

in samuel-cantigueiro.blogspot.com

Mesmo assim, há coisas que não entendo. Não gosto do Hugo Almeida e não entendo a preferência por um ponta-de-lança com poucos resultados práticos. Um jogador que nesta meia-final tem intervenções positivas a defender e que na frente revela-se uma autêntica nulidade, como pode ser a primeira opção. Nelson Oliveira, muito inexperiente e que pouco mostrou para justificar a titularidade, é certo, revela pormenores melhores do que Hugo Almeida. Nelson Oliveira será com certeza o próximo ponta-de-lança de Portugal. Hugo Almeida apenas perdeu a titularidade por se encontrar doente. Hélder Postiga concretiza mais e, infelizmente por lesão, não pôde contribuir. Depois há outros pormenores: por que razão Paulo Bento demorou tanto tempo a fazer uma substituição, quando Portugal já há muito tinha perdido o meio-campo? Miguel Veloso, reconheço-lhe qualidades, mas também não gosto dele. Preferia mil vezes ter lá o Custódio ou o Hugo Viana (que só foi chamado porque o Carlos Martins se lesionou. Estava mais do que visto que nunca iria jogar!). Carlos Martins, sim, é alguém que faz passes como ninguém e que representa mais uma fonte de remates de meia distância, bem como na marcação de livres. Varela também seria outra opção bastante válida, mas Paulo Bento é que sabe... Até Liédson (outro brasileiro naturalizado Português) justificava a convocatória, pois não temos um finalizador melhor do que ele, mesmo com os seus 34 anos, e que o Paulo Bento bem conhece.

À parte estas divergências, tenho de reconhecer que Portugal chegou muito mais longe do que se esperaria, sobretudo tendo em conta que defrontou, à excepção da Dinamarca, as selecções mais cotadas: República Checa, Alemanha, Holanda e Espanha. Por isso, resta-me dizer, em termos gerais, que tenho orgulho nesta selecção. 

Voltando à questão de Hugo Almeida, visto ele ter tido melhores intervenções a defender (as únicas, aliás), ainda está para vir o treinador que pense em requalificar este jogador. Veja-se o exemplo de dois jogadores portugueses; ambos jogavam no Benfica, eram extremos e os respectivos treinadores foram responsáveis pela sua transformação em defesas; refiro-me a Miguel e Fábio Coentrão. O primeiro actuava à direita e o segundo à esquerda. Depois de serem colocados a jogar à defesa atingiram o auge desempenhando na perfeição esse papel e fazendo todo o corredor desde a defesa até lá à frente. Quem sabe se não seria de tentar colocar o Hugo Almeida a Central ou a trinco, face às melhores intervenções no campo defensivo? (eh-eh-eh) Mas para mim a melhor solução é mesmo deixá-lo estar no seu clube!

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